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2012 - Livro Vermelho 2013

Codonanthe devosiana Lem. LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 04-04-2012

Criterio:

Avaliador: Solange de Vasconcellos Albuquerque Pessoa

Revisor: Tainan Messina

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

A espécie é de ampla distribuição e está protegida em diferentes unidades de conservação (SNUC) em todas as unidades da federação onde é encontrada. Fora das unidades de conservação os locais estão sujeitos a perda na qualidade e quantidade de habitat pela constante destruição e alterações pelo homem. Assim é plausível inferir, considerando o número atual de unidades de conservação onde a espécie é encontrada, que a mesma está conseguindo manter subpopulações estáveis.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Codonanthe devosiana Lem.;

Família: Gesneriaceae

Sinônimos:

  • > Codonanthe ciliosa ;
  • > Codonanthe digna ;
  • > Codonanthe paula ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Espécie com variação nos tricomas, que vão de curtos a adpressos a longos e eretos (Chautems, 2003). Descrição em Chautems (2003).

Distribuição

Espécie endêmica do Brasil, ocorrendo no Sudeste (Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro) e Sul (Paraná, Santa Catarina) (Araujo; Chautems, 2010). Chautems (2003) afirma que a espécie ocorre também no Rio Grande do Sul, mas não em Minas Gerais.Ocorre entre 20 a 300 m de altitude na Reserva Rio das Pedras (Lopes et al., 2005) e entre 400 a 900 m na Serra da Prata (PR, Blum, 2010). Chautems (2003) afirma que a espécie ocorre do litoral a 200 m de altitude, raramente até 1.300 m.

Ecologia

Subarbusto de 15 a 40 cm de altura, epífita, rupícula ou com ramos trepadores (Eggli, 2003). Quando ocorre como forma de epífita, é comum ser encontrada entre 2 e 4 m de altura na árvore-suporte (Kersten; Silva, 2001).Frutifica entre novembro e março (Passos; Oliveira, 2003) e floresce e frutifica ao longo do ano todo segundo Lopes et al. (2005). Chautems (2003) afirma que a espécie floresce de fevereiro a outubro, com pico entre junho e setembro, e frutifica em fevereiro e agosto. É autocórica com diásporo é carnoso (Gonçalves; Waechter, 2003), conferindo dispersão secundária por formigas (Passos; Oliveira, 2003). Ocorre na Mata Atlântica (Araujo; Chautems, 2010), em Floresta Pluvial Atlântica, ocorrendo também em afloramentos rochosos próximos ao litoral e em Restinga (Lopes et al., 2005) e em restinga arbórea (Ferreira, 2006). Espécie indicadora de formação Submontana (Blum, 2010). Ocorre abundantemente sob a sombra, entretanto apresenta populações tolerantes à exposição solar na Reserva Rio das Pedras, RJ (Lopes et al., 2005).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Aterro, construções, indústria, fogo, poluição do solo, ar e água, desmatamento, sistema de esgoro insuficiente, espécie exótica no litoral sul catarinense. A autora não indica as ameaças diretas sobre a espécie (Ferreira, 2006).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Assentamento humano, turismo, agricultura, extração de palmito e xaxim, na região da baia de Babitonga em Santa Catarina (Berger, 2008).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Na Região de Bertioga, onde a espécie ocorre, há a ocupação urbana, ecoturismo, plantio de subsistência, extração de areia. Entretanto os autores do estudo não indicam o local exato de ocorrencia da espécie, suas ameaças diretas ou indiretas, nem ao menos se ela está protegida por alguma unidade de conservação (SNUC) (Simões, 2008).

1.3.3.2 Selective logging
Detalhes Na Reserva Natural do Morro da Mina, PR (Petean, 2009). A exploração comercial da área iniciou em torno de 1930 com extração de minério de ferro, atividade continuada até 1970. Após este ciclo, a atividade econômica passou para a exploração de madeira para carvão, época em que foram instalados os fornos, até hoje observados como relictos isolados na mata. E 1983, o IBDF proibiu o corte de madeira para carvão. Entre os anos de 1985 e 1988 a atividade foi retomada com a retirada de madeira em toras para confecção de compensado. No entanto, apenas em 1995, quando a SPVS efetivamente assumiu a propriedade do imóvel, foi encerrado inclusive o ciclo de interferência realizado pela população local (Petean, 2009).

1.1.2.1 Small-scale
Detalhes Há a plantação de Elaeis guineensis Jacq. (dendê) na Ilha de Marambaia, RJ (Ribeiro, 2009).

Ações de conservação

1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Em perigo" (EN), segundo a Lista vermelha da flora do Espírito Santo(Simonelli; Fraga, 2007).

4.4.2 Establishment
Situação: on going
Observações: Encontrada nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Estação Ecológica da Ilha do Mel (Kersten; Silva, 2001; Kersten et al., 2009), Parque Estadual da Ilha do Cardoso (Passos; Oliveira, 2003), Reserva Rio das Pedras (Lopes et al., 2005) e Reserva Natural do Morro da Mina, PR (Petean, 2009).

Referências

- VORGELEGT VON JOTHAM ZIFFER BERGER. Vascular Flora of the Babitonga Bay Region (Santa Catarina, Brazil): Diversity and Origins. Tese de Doutorado. : Erlangen-Nürnberg, 2008.

- CHRISTOPHER THOMAS BLUM. Os Componentes Epifítico Vascular E Herbáceo Terrícola Da Floresta Ombrófila Densa Ao Longo De Um Gradiente Altitudinal Na Serra Da Prata, Paraná. Tese de Doutorado. Curitiba, PR: Universidade Federal do Paraná, 2010.

- CHAUTEMS, A.WANDERLEY, M. G.; SHEPHERD, G. J.; GIULIETTI, A. M.; MELHEM, A. M. Gesneriaceae. São Paulo, SP: FAPESP, Rima Editora, 2003. 75-103 p.

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- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo, Vitória, ES, 2007.

Como citar

CNCFlora. Codonanthe devosiana in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Codonanthe devosiana>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 04/04/2012 - 19:37:41